A
quarta edição do Troca de Saberes, realizado de 7 a 10 de julho, na 83ª Semana
do Fazendeiro, contou com a participação de 320 agricultores. Eles vieram de
cerca de 15 municípios da região, representando sindicatos, associações,
cooperativas, movimentos sociais, organizações não-governamentais e escolas
agrícolas. O objetivo? Participar de encontros que envolveram instalações pedagógicas
sobre 27 temas, apresentações culturais e, sobretudo, a troca de experiências e
o compartilhamento da esperança da prática de uma agricultura sem
agrotóxico.
Segundo
o coordenador geral do projeto, Antônio Bento Mancio, este ano a articulação
entre os grupos participantes foi mais intensa em relação ao tema e ao desejo
de encontrar uma solução para o uso indiscriminado do agrotóxico. Até porque, de
acordo com relatório divulgado pela Food and Agriculture Organization (FAO), da
Organização das Nações Unidas (ONU), somente os brasileiros consomem 5,2 litros de agrotóxicos
por ano. Esse dado coloca o Brasil na posição de maior consumidor do mundo.
Para
discutir o assunto, o Troca de Saberes realizou a mesa temática Agrotóxicos x Agroecologia. Dentre os participantes estava o deputado federal Padre João, relator do projeto sobre os malefícios do uso indiscriminado de agrotóxico no país, aprovado pela Comissão de Seguridade Social e Família, da Câmara dos Deputados.
O professor do
Departamento de Veterinária da UFV Laércio dos Anjos Benjamin, que também
participou da mesa, promoveu uma instalação pedagógica em que mostrou, no laboratório, como acontece a intoxicação dos
peixes pelo agrotóxico. Após a mesa, houve a encenação da peça teatral Auto do Boi Envenenado, seguido de um
ato público contra o uso abusivo de agrotóxico.
Para Bento, um dos avanços da edição 2012 do Troca
de Saberes foi a existência de um tema geral. Neste caso, os agrotóxicos. Para
o próximo ano, o modelo deverá ser o mesmo. O professor lembra também que o
projeto utilizou duas metodologias para interagir melhor com os participantes:
o Círculo de Cultura Paulo Freire e o Café do Mundo. Segundo Bento, a comissão
organizadora pretende criar para 2013 um espaço específico para os jovens.
Todos os dados da Troca de Saberes, agora, serão
sistematizados e posteriormente divulgados para que os participantes e a Universidade
tenham um retorno da iniciativa.
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