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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Workshop debate novo Código Florestal


Um fato inédito na 83ª Semana do Fazendeiro foi a realização de grandes debates sobre questões importantes para o desenvolvimento social e tecnológico do campo. Depois da Mulher Rural e do Programa de Financiamento da Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, nesta quarta-feira (12) foi a vez de se discutir o Código Florestal. O ex-relator do novo Código, o deputado federal Paulo Piau (PMDB-MG), esteve no Espaço Acadêmico-Cultural Fernando Sabino para abordar a Proposta da legislação florestal e seus impactos sobre a agricultura de montanha.

Para debater com o deputado foram convidados o assessor especial de Florestas da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), Henrique Augusto Reis; o assessor de Meio Ambiente da Federação de Agricultura de Minas Gerais (Faemg), Guilherme Silva Oliveira, e o professor do Departamento de Engenharia Florestal da UFV Sebastião Renato Valverde. Coordenando o debate, estava o superintendente do Centro de Excelência do Café, José Luiz dos Santos Rufino.

Antes do debate, porém, o deputado fez uma apresentação na qual mostrou um histórico das principais leis ambientais e alguns dados sobre o Brasil, como a posição de segundo colocado no mundo em cobertura vegetal, perdendo apenas para a Rússia, e de campeão em áreas protegidas – cerca de 30% do território.

O deputado destacou que o novo Código Florestal é “bom para agricultura, para o meio ambiente e para o Brasil” e registrou a necessidade de se aplaudir a presidenta Dilma Rousseff por tê-lo sancionado. Paulo Piau, que é engenheiro agrônomo formado pela UFV, trouxe um resumo do relatório no que diz respeito aos avanços relacionados ao meio ambiente e à produção. Dentre os aspectos destacados mostrou que o novo Código coíbe novos desmatamentos, valoriza a floresta em pé e reforça o papel do produtor rural, que continua sendo provedor e guardião do meio ambiente. E, segundo ele, ao contrário do que pregam os ambientalistas, o Código não promoveu a anistia aos desmatadores. 

Para o pró-reitor de Extensão e Cultura, Gumercindo Souza Lima, que participou da abertura do workshop, as conferências promovidas durante a Semana do Fazendeiro representaram uma chance de se discutir temas relevantes, mas pouco debatidos. 


Curso ensina a fabricar álcool nas propriedades rurais


Um dos cursos oferecidos durante a 83ª Semana do Fazendeiro ensinou ao produtor rural a fabricar, em sua propriedade, álcool combustível. Com o curso, os agricultores ficaram sabendo como reaproveitar os chamados alcoóis de cabeça e da cauda que, por não serem ideais para produzir uma boa cachaça, normalmente são descartados. Só que, com um equipamento desenvolvido pela equipe coordenada pelo professor do Departamento de Engenharia Agrícola Juarez de Souza e Silva, o que antes era jogado fora pode ser colocado em uma pequena unidade de produção de álcool e destilado novamente.

Um dos agricultores que aprendeu essa tecnologia na Semana do Fazendeiro é João Camposo. Há oito anos ele frequenta o evento e há sete mantém uma dessas pequenas unidades em sua propriedade, em Itaperuna (RJ). Além de produzir cachaça, ele também fabrica o combustível que utiliza para abastecer seus veículos. Na sua região, é o único produtor a fazer esse tipo de reutilização. Tal caminho também deverá ser trilhado pelo agricultor Rogério Novaes, de Juiz de Fora (MG), que participa pela primeira vez da Semana do Fazendeiro. Ele acabou de comprar uma propriedade e pretende aplicar o que aprendeu: vai montar um alambique, produzir cachaça para o comércio e fabricar o álcool combustível para consumo próprio.

O reaproveitamento dos alcoóis de cabeça e de cauda, contudo, não tem somente essa finalidade. Segundo o professor Roberto Precci Lopes, que integra a equipe coordenada pelo professor Juarez, está sendo desenvolvido um protótipo de fogão abastecido por esses alcoóis. Ele tem a mesma funcionalidade do fogão tradicional com a vantagem de ser mais econômico, além de ser uma opção para quem mora na área rural e depende exclusivamente da lenha.

O estudo não para por ai. Recentemente, uma montadora cedeu à equipe, um motor 1.0 que passará por um período de testes, que será adaptado para geração de energia elétrica. Trata-se de um equipamento moderno e pequeno, mas com força razoável para tocar um gerador com 30 ou 40 cavalos de potência. Passando por essa fase, o aparelho poderá se tornar uma alternativa para a produção de energia elétrica nas propriedades rurais.


Sistema Integrado de Agropecuária tem grande procura na Semana do Fazendeiro


Cerca de 200 pessoas se reuniram nesta terça-feira (10) para participar de um dos cursos mais procurados da Semana do Fazendeiro, o de Agropecuária: Lavoura, pecuária e floresta. O curso, coordenado pelo professor Lino Ferreira faz parte do Programa Circuito de Agropecuária na Zona da Mata Mineira e tem como objetivo apresentar o sistema de cultivo integrado.

Divididas em aulas teóricas e práticas, as atividades se iniciaram pela manhã, quando os participantes puderam aprender sobre o modelo de cultivo integrado e seus benefícios. Durante a tarde, foi realizado um dia de campo em uma propriedade rural na comunidade do Paraíso, em Viçosa. No local, os participantes viram de perto o modelo já implantado e analisaram a viabilidade de aplicação em suas propriedades.

O estudante de Agronomia Ivan Luiz da Costa veio de Pernambuco para participar da Semana do Fazendeiro. Ele não conhecia o sistema de plantio integrado e disse que volta otimista para casa. “O sistema é economicamente viável e sustentável, principalmente em Pernambuco, onde o solo é muito usado e degradado. É uma técnica que pode ser implantada tanto no Sudeste, quanto no Nordeste do país.”

O sistema ainda é novo, mas apresenta um grande potencial. Além de restaurar áreas degradadas, o modelo traz a possibilidade de diversificar a produção e a renda do produtor. O professor Lino Ferreira conta que a expectativa de lucro é alta e que ele pode ser empregado em qualquer propriedade de maneira sustentável. “O sistema lavoura, pecuária e floresta é simples e atende aos pequenos, médios e grandes agricultores. Além disso, a produção sustentável é um dos principais avanços desse modelo, que apresenta baixa emissão de carbono.”


Estúdio Acústico realiza sua última apresentação ao vivo da 83ª Semana do Fazendeiro


Nesta quinta-feira (12), João Vicente e Luciano Sant’Anna receberam o cantor viçosense Júnior Sperancini e convidados no último Estúdio Acústico ao vivo da 83ª Semana do Fazendeiro.

Júnior Sperancini mostrou parte do repertório sertanejo, com composições próprias, que fará parte do seu show, às 22h, no Espaço Multiuso. O músico também falou sobre o lançamento do seu primeiro CD, Escrito nas Estrelas, com canções inéditas e de outros compositores de sucesso.

Entrevistado pela bolsista do curso de Comunicação Social Kamilla Bernardes, o Pró-Reitor de Extensão e Cultura, Gumercindo Souza Lima, fez um balanço positivo das atividades da Semana do Fazendeiro, que, neste ano, teve uma das suas maiores estruturas. Ele agradeceu a presença de todos os participantes, colaboradores e músicos. Especialmente, agradeceu à TV Viçosa, Rádio Universitária e Divisão de Jornalismo, que fizeram a cobertura completa do evento durante toda a semana.

O chefe da Divisão de Rádio e Televisão, Luis Antônio Neno de Araújo, agradeceu mais uma vez a administração da UFV pela entrega da Unidade Móvel (UM) à TV Viçosa, lembrando que a emissora está trabalhando para expandir suas atividades e se aproximar, cada vez mais, da comunidade. A jornalista Izabel Morais falou sobre a cobertura completa da Semana do Fazendeiro que está sendo feita no blog, ao longo do dia, pelos bolsistas do curso de Comunicação Social e funcionários da Divisão de Jornalismo.

A partir da próxima semana, o programa Estúdio Acústico voltará a ser exibido pela TV Viçosa e pela Rádio Universitária às quintas-feiras, às 9h30, com retransmissão pela TV Viçosa, às 18h30.

Curso de Identificação de Serpentes Brasileiras atrai curiosos

A curiosidade é o que move muitas pessoas a se inscrever no curso Identificação de Serpentes Brasileiras. Foi o caso da estudante do curso técnico em Agropecuária Márcia Cristina Rodrigues para quem “o trabalho no campo tem seus riscos e é sempre bom ter uma ideia do que pode acontecer”.

O curso, oferecido pelo Museu de Zoologia João Moojen, foi dividido em aulas teóricas e práticas A teórica abordou a biologia do animal, reprodução, modos alimentares, principais características e tipos de serpentes e acidentes ofídicos. O momento mais esperado, contudo, foi a aula prática. Nela, os participantes fizeram um estudo dos animais conservados em álcool 70. Em seguida, conheceram cobras vivas e aprenderam sobre o manuseio com gancho, extração de veneno e a diferença entre os animais peçonhentos e não peçonhentos.

Para o curador do Museu, Renato Neves Feio, a intenção é passar para os produtores que nem todas as serpentes são perigosas, desmistificando, assim, a ideia de que elas são somente animais “repugnantes, venenosos e perigosos”.

Pelo segundo ano consecutivo, a estudante do curso de Ciências Biológicas Carla da Silva Guimarães, estagiária do Museu de Zoologia, ministra o curso. Para ela, é interessante ver o primeiro contato das pessoas com as serpentes. “Tem alguns participantes que chegam com medo e querem ficar mais afastados. Outros, mais curiosos, querem pegar no bicho, sentir o peso e a textura da pele”.

O produtor rural Wanderlei Martiniano frequenta há 29 anos a Semana de Fazendeiro e há 16 faz o curso de identificação de serpentes. Por essa razão, já é considerado pelos ministrantes como um “monitor”. Wanderlei afirma que este é um local onde ensina e aprende. “Este ano, aprendi mais sobre hábitos e a alimentação das cobras. E ano que vem estarei aqui novamente”.

Para finalizar as atividades do curso, um dos ministrantes alimentou uma cobra do serpentário. Um rato de laboratório foi introduzido na caixa de vidro de uma suaçuboia (um tipo de jiboia). A princípio, a cobra não se moveu. Depois de um tempo, a serpente reagiu e, após seis botes, atacou o rato, encantando os participantes.



Exibição de filmes e shows no sexto dia da Semana do Fazendeiro

Confira a programação cultural, desta quinta-feira (12), da 83ª Semana do Fazendeiro.

Shows (Espaço Multiuso)
19h: Silvia e Flaviane (Viçosa)
20h: Banda Charme (Viçosa)
22h: Junior Sperancini (Viçosa)

Filmes (auditório do Departamento da Engenharia Florestal)
14h: O Homem Urso (2005) – Documentário
Registro de cinco viagens de Timothy Treadwell, que viveu no Alasca entre ursos. As filmagens exploram sua personalidade e levantam questões sobre a relação entre homem e natureza.

16h: O Menino do Pijama Listrado (2006) – Drama
Durante a Segunda Guerra Mundial, Bruno, de 8 anos, se muda com a família para uma área isolada. Alguns problemas começam a acontecer quando ele decide explorar o local e conhece Shmuel, um garoto que usa pijama listrado.

Shows e reencontros marcam a noite desta quarta-feira

O Espaço Multiuso recebeu, nesta quarta-feira (11), atrações que não deixaram a plateia parada. A dupla de Viçosa Felipe Neto & Cassimiro abriu a noite com voz, viola e violão e o grupo Trem Mineiro misturou forró e músicas regionais. Gil & Guaxupé finalizaram as apresentações em Viçosa, cidade com a qual a dupla tem uma relação antiga, cheia de histórias.

Gil e Guaxupé estudaram, respectivamente, Economia e Medicina Veterinária na UFV, em meados dos anos 80. Nessa época, a carreira musical da dupla começou a ganhar força com o apoio dos amigos. O professor aposentado do Departamento de Veterinária Luiz Gonzaga Pompermayer lembra que Guaxupé, como músico, fazia muitas viagens, mas era um aluno bom e divertido dentro da sala de aula. Para Guaxupé, Viçosa é a sua cidade. “Estar aqui é muito bom. Foi onde a dupla começou. Além de estarmos cantando, podemos rever os amigos”, conta.

O músico viçosense Joel Stanciola tocou acordeão e teclado junto com Gil & Guaxupé durante oito anos. Eles se conheceram por meio do ex-maestro da Universidade Rogério Moreira Campos, que também trabalhou com a dupla, fazendo o arranjo de um dos seus álbuns. Segundo Joel, os irmãos sempre foram alegres e se comunicaram muito bem com o público. Carismáticos, conseguem animar qualquer plateia. Sempre que possível, durante as apresentações em Viçosa, eles se encontram para lembrar os velhos tempos. Por tudo isso, os shows de Gil & Guaxupé na cidade significam mais do que trabalho.