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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Circuito do Leite capacita e recicla conhecimento de produtores

Começaram, na segunda-feira (16), as atividades que integram o Circuito do Leite, evento inédito na Semana do Fazendeiro. O Circuito, cujas 40 vagas disponíveis foram todas preenchidas, tem, dentre outros, os objetivos de capacitar e atualizar os produtores sobre assuntos relevantes para o sucesso da atividade leiteira. Para isso, se propõe a discutir temas relacionados, por exemplo, às novas regras que normatizam a qualidade do leite no Brasil, às recentes tecnologias para a reprodução do rebanho e aos princípios de administração da propriedade rural.

Durante a semana, os produtores participarão de atividades teóricas e práticas. Dentre elas, haverá uma degustação de queijo e de outros derivados lácteos, para comprovar a importância de se manter a alta qualidade do leite durante todo o processo produtivo.

O coordenador do Circuito, o zootecnista Christiano Nascif, ressalta que o diferencial da iniciativa está em "aliar temas modernos com questões básicas da produção que, muitas vezes, têm sido esquecidas pelos produtores". Além disso, pretende-se fornecer aos participantes "uma visão como um todo, uma vez que o evento foi produzido com a preocupação de abordar temas relevantes correlacionados".

O produtor Ivaldo Esteves, proprietário de uma fazenda na cidade de Joaíma, no Vale do Jequitinhonha, é um dos participantes do Circuito e se disse surpreendido positivamente no primeiro dia. Ele destacou a troca de conhecimento como o ponto importante do evento e considerou ’’impossível” escolher uma atividade que tenha se destacado: “todas foram proveitosas’’.


(Ana Cláudia Richardelli, bolsista)

Circuito do Café atrai produtores e estudantes

Apesar de estar em sua 84ª edição, a Semana do Fazendeiro ainda traz muitas novidades para os participantes. Desta vez, uma delas é o Circuito do Café, que teve início nesta terça-feira (17). Trata-se de uma iniciativa que tem como objetivo proporcionar uma abordagem ampla da cafeicultura, desde a produção, passando pelo controle de qualidade e finalizando com a comercialização.

Segundo o coordenador do evento, professor Ney Sakiyama, a ideia de criar o Circuito surgiu a partir da grande demanda por cursos relacionados ao café nos últimos anos. Geralmente, os produtores se inscreviam em até 10 cursos diferentes. Com esta nova proposta, eles se dedicarão a apenas um evento sobre o assunto, mais completo, durante toda a semana. Isto garantirá maior aproveitamento para os participantes, acredita o professor.

O curso terá 28 horas de aulas, dividas em teóricas e práticas. Serão vários palestrantes até sexta-feira (20). O primeiro foi o pesquisador da Epamig Marcelo de Freitas Ribeiro, que também é produtor de café há mais de 15 anos. Durante a manhã, ele esclareceu dúvidas da turma e apresentou algumas questões teóricas. À tarde, os participantes do Circuito foram até a propriedade de Marcelo, localizada em Paula Cândido (a 24 quilômetros de Viçosa), para as atividades práticas. Essas são as aulas mais importantes, segundo o pesquisador: “o produtor quer ver; ele não consegue assimilar muito as informações quando são passadas em sala de aula. Quando se vai para o campo, ele faz, vê o resultado e não esquece mais”.

Não são só produtores que se interessaram pelo curso. Lorena Santos Souza é estudante de Agronomia na Universidade Estadual do Sudeste da Bahia (UESB), em Vitória da Conquista (BA), e veio em excursão com outros alunos para conhecer a Semana do Fazendeiro. Ela contou que a região em que mora possui muitos produtores de café, setor em que poderá trabalhar depois de formada. A estudante tem boas expectativas: “acho que vou aprender bastante. Já sabia algumas coisas sobre café e estou aprendendo ainda mais”.

Produtores que acumularam anos de experiência na cafeicultura também vieram se atualizar. Ormério de Matos Fonseca está no ramo desde 1976 e já participou de muitos cursos. Embora pense em passar seus 30 hectares de lavoura para o filho, que se formou em Agronomia, ele não deixa de buscar novos conhecimentos. Do curso, ele espera muito mais do que informação: “o Circuito vai ajudar muito na produção, principalmente para dar mais ânimo. Quanto mais a gente aprende, mais coragem temos”.

O evento, que conta com o apoio do Sebrae, deverá fazer parte da programação da próxima edição da Semana do Fazendeiro. “A expectativa é a de que o Circuito se repita, porque está sendo uma experiência muito boa”, avaliou Sakiyama.

(Erika Vieira, bolsista)

Show do Gaúcho da Fronteira agita noite de segunda-feira

Cerca de 4,5 mil pessoas acompanharam, nesta segunda-feira (16), no Espaço Multiuso, o show do Gaúcho da Fronteira, uma das grandes atrações musicais da 84ª Semana do Fazendeiro. O cantor - um dos principais representantes da música regional gaúcha – se apresentou depois dos shows do Farinhada e da dupla Natália & Eliane. Esta foi a primeira vez que o Gaúcho veio a Viçosa e achou muito interessante a realização de um evento do porte da Semana do Fazendeiro ser realizado dentro de uma universidade.

Na plateia estavam dois produtores de leite de Viçosa: José Tarcísio Duarte e Antenor Fausto da Silva Neto. Embora participem da Semana do Fazendeiro há mais de 40 anos, desta vez eles vieram apenas assistir ao show e visitar a feira. Antenor já conhecia a música do Gaúcho da Fronteira e veio prestigiar o cantor, diferentemente de José Tarcísio, que escutou o som pela primeira vez juntamente com a esposa. Para Antenor, a Semana do Fazendeiro já se tornou “uma tradição da Universidade” e é “uma boa oportunidade de os produtores adquirirem o conhecimento da instituição”.

Quem também marcou presença no show, ao lado do filho e da nora, foi Raimundo Lehner, que trabalhou como segurança do campus Viçosa durante muitos anos. Hoje, aposentado, produz hortaliças e feijão. Ele contou que, durante os anos de serviço, adquiriu muito conhecimento dentro dos departamentos e que já participou de 38 edições da Semana do Fazendeiro.

As atrações culturais continuam nesta terça-feira (17). A noite promete muito samba com a presença do Neguinho da Beija-Flor, às 22h. Antes, porém, haverá as apresentações do Grupo Tok de Cor, às 19h30, seguido pelo Quintal do Samba e convidados.

(Bárbara Albuquerque, bolsista)

Clínicas Tecnológicas auxiliam produtores a melhorar trabalho no campo

Adquirir e compartilhar conhecimentos são alguns dos principais objetivos de quem participa da Semana do Fazendeiro. Todos os anos centenas de produtores, trabalhadores rurais, pesquisadores, estudantes e demais interessados pelo trabalho no campo têm acesso a cursos, oficinas, circuitos e muitos outros espaços de troca de informações, procurando ampliar o conhecimento que já possuem para aplicá-lo em seu trabalho diário. Dentre as muitas opções do evento estão as clínicas tecnológicas, oferecidas pela 14ª vez este ano. São consultorias coletivas, com turmas de até 12 pessoas, nas quais o participante pode tirar dúvidas com um consultor especialista no assunto que lhe interessar.

Nesta edição, cerca de 480 pessoas são esperadas para as 43 clínicas programadas. Dentre as mais procuradas está a de criação de galinhas caipiras, coordenada pelo zootecnista Mauro Godoi, do Departamento de Zootecnia da UFV. Para ele, que já participa há oito anos da clínica, a importância da consultoria está em ajudar os pequenos produtores a melhorar ou implementar a criação de galinhas caipiras e aumentar a renda. Segundo ele, além de ensinar, também tem aprendido muito com os produtores. “Na realidade, a gente aprende mais do que ensina. Eu não sabia nada sobre orgânicos, por exemplo. Hoje, eu tenho um conhecimento vasto, que adquiri trocando conhecimento com os produtores que mexem com criação orgânica e participam da clínica”, conta.

Os produtores têm vindo de longe para aprender mais sobre suas criações. Ozires Alves Cortes veio de Luiziânia (GO). Ele é produtor de galinhas caipiras há 10 anos e, apesar de esta ser sua primeira vez na Semana do Fazendeiro, já participou de vários cursos sobre o assunto. Começou sua produção com apenas 10 galinhas; hoje são 300 matrizes. Mas ele pretende aumentar este número. Para isso, acredita que o conhecimento adquirido nas clínicas será muito importante. Ele gostou tanto que planeja voltar no ano que vem.

As clínicas tecnológicas são coordenadas pelo UFV-Tec/Divisão de Extensão da UFV e serão oferecidas até quinta-feira (19). Para os inscritos na Semana do Fazendeiro, a participação é gratuita. Os não inscritos podem participar mediante o pagamento de uma taxa de R$20,00. As inscrições são realizadas na secretaria da Semana do Fazendeiro, na entrada do Centro de Vivência.



(Erika Vieira, bolsista)