Desde
2010, o Projeto Carbono Zero vem trabalhando na quantificação da
emissão de carbono durante a Semana do Fazendeiro. Neste ano, além da
quantificação, está sendo testado um novo sistema de cálculo de balanço
de carbono. De acordo com o coordenador do projeto, Laércio Antônio
Gonçalves, professor do Departamento de Engenharia Florestal (DEF), a
proposta é quantificar todas as fontes de geração de carbono em uma
propriedade rural. Isso significa saber, por exemplo, a emissão de
metano durante o processo de digestão do gado; a emissão de óxido
nitroso pela utilização de adubos ou a emissão de gás carbônico por meio
do gasto de combustível fóssil gerado com o consumo de diesel ou
gasolina em tratores ou equipamento.
O
proprietário também poderá quantificar a absorção do gás carbônico,
calculando os hectares de floresta dentro da propriedade. Assim, “todos
os dados são transformados em uma medida equivalente e o produtor terá
um balanço da sua propriedade, que pode ser positivo ou negativo,
dependendo da quantidade de gás carbônico que ele está sequestrando por
meio das árvores plantadas ou pela manutenção da floresta nativa”.
O
interessante, conforme Laércio, é que, ao final do cálculo, o produtor
terá um número exato de árvores de crédito ou de débito. Ou seja, o que
ele precisará plantar para neutralizar a emissão do gás. O professor
Laércio conta, que “as florestas, em fase de crescimento, têm maior
estocagem de carbono do que uma floresta em fase adulta, em clímax”. O
dado médio utilizado no cálculo para as espécies nativas é de oito
quilos de gás carbônico por ano para cada planta. Para Eliana
Boaventura, mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciências
Florestais, na área de Florestas e Mudanças Climáticas, essa produção
“livre” de gás carbônico, conhecida como “carbono neutro”, além de
favorecer o meio ambiente, também “pode ser uma estratégia de marketing
para o produto no mercado”.
Outra
parte do projeto, que quantifica as emissões geradas na realização da
Semana do Fazendeiro, é o plantio de mudas no Espaço Aberto de Eventos
da UFV, a fim de neutralizar a emissão durante o evento. Atualmente, já
são cerca de mil mudas. As plantadas no ano passado estão com cerca de
50 centímetros; já as mudas de 2010 estão medindo em torno de um metro. O
espaço é aberto à visitação e, durante todo ano, tem o monitoramento e
controle de crescimento feito por estudantes participantes do projeto.
Além
destes trabalhos, o Carbono Zero agrega vários outros projetos de
quantificação de emissão do gás em florestas de eucalipto, em pastagens e
em florestas nativas. O projeto é uma iniciativa da Pró-reitoria de
Extensão e Cultura (PEC), em parceria com o DEF, e é coordenado pelo
professor Laércio e pela mestranda Eliana, com a participação de mais 12
estudantes da graduação.
(Bárbara Albuquerque, bolsista)