Agregar valor à pequena ou média propriedade rural e obter renda com a
venda de grão, carne, leite e madeira. Esses foram os conhecimentos
transmitidos para cerca de 150 participantes do Dia de Campo Integração
Lavoura-Pecuária-Floresta. A atividade, que integra a 85ª Semana do
Fazendeiro, aconteceu na tarde desta terça-feira (29).
O sistema lavoura-pecuária-floresta une cultura de grão, pastagem e
floresta em uma mesma área. É uma maneira de baratear os custos e diversificar
a renda em pequenas e médias propriedades rurais, como explicou o coordenador
do Dia de Campo, o professor do Departamento de Fitotecnia Lino Roberto
Ferreira (à esq. nas fotografias abaixo): “você consegue colher o milho, a soja
ou o feijão, e formar o pasto. A partir do segundo ano, começa a ter renda com
a carne ou com o leite. O eucalipto, por exemplo, se transforma em uma poupança
verde. Depois de 12 anos, você pode cortar e ter um dinheiro a mais”. De acordo
com ele, o produtor não precisa deixar de ser agricultor ou pecuarista, mas
pode se tornar também um produtor de madeira. “Daqui a alguns anos, não teremos
mais madeiras nativas para serrar, apenas madeiras plantadas”, disse.
O sistema também responde ao chamado da agricultura de baixa emissão de
carbono. “Fizemos um estudo com 80 plantas de eucalipto e conseguimos
neutralizar toda a emissão de CO2. Na Semana do Fazendeiro, temos o
Programa Carbono Zero. O sistema é uma réplica dele”, afirmou o professor Lino.
O produtor rural Tarcis da Silva (à dir. nas fotografia acima), de São
Paulo (SP), está visitando o evento pela primeira vez e participou do Dia de
Campo com a finalidade de aprender e realizar uma atividade diferenciada. Ele
também presta assessoria na área agrária para uma fazenda e, apesar de já
conhecer o sistema anteriormente, revelou que precisava se aperfeiçoar. Nesta
terça-feira (29), ele e os outros participantes do Dia de Campo visitaram uma
propriedade onde o sistema foi implantado há sete anos, e afirmou:
"é exatamente o que eu estava procurando”.
Para transmitir essas informações, a Universidade trabalha em parceria
com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais
(Emater). Juntas, elas promovem um circuito anual pela Zona da Mata de Minas
Gerais, mostrando os resultados reais do sistema. Este Dia de Campo marcou o
encerramento de um deles e o professor Lino garantiu que a aceitabilidade entre
os produtores tem crescido cada vez mais.
Projeto Carbono Zero
Há quatro anos, a UFV implantou medidas de neutralização das emissões de
carbono geradas na Semana do Fazendeiro. Por meio do projeto Carbono Zero,
coordenado pelo Departamento de Engenharia Florestal, a instituição quantifica
as emissões do gás no evento, as neutraliza por meio do plantio de árvores de
espécies nativas em áreas em recuperação ambiental. Além disso, sensibiliza
produtores rurais sobre a questão.
(Izabel Morais – Fotos: Daniel Sotto Maior)