Um
dos cursos oferecidos durante a 83ª Semana do Fazendeiro ensinou ao produtor
rural a fabricar, em sua propriedade, álcool combustível. Com o curso, os
agricultores ficaram sabendo como reaproveitar os chamados alcoóis de cabeça e
da cauda que, por não serem ideais para produzir uma boa cachaça, normalmente
são descartados. Só que, com um equipamento desenvolvido pela equipe coordenada
pelo professor do Departamento de Engenharia Agrícola Juarez de Souza e Silva,
o que antes era jogado fora pode ser colocado em uma pequena unidade de
produção de álcool e destilado novamente.
Um
dos agricultores que aprendeu essa tecnologia na Semana do Fazendeiro é João
Camposo. Há oito anos ele frequenta o evento e há sete mantém uma dessas
pequenas unidades em sua propriedade, em Itaperuna (RJ). Além de produzir
cachaça, ele também fabrica o combustível que utiliza para abastecer seus
veículos. Na sua região, é o único produtor a fazer esse tipo de reutilização. Tal
caminho também deverá ser trilhado pelo agricultor Rogério Novaes, de Juiz de
Fora (MG), que participa pela primeira vez da Semana do Fazendeiro. Ele acabou
de comprar uma propriedade e pretende aplicar o que aprendeu: vai montar um alambique,
produzir cachaça para o comércio e fabricar o álcool combustível para consumo
próprio.
O
reaproveitamento dos alcoóis de cabeça e de cauda, contudo, não tem somente
essa finalidade. Segundo o professor Roberto Precci Lopes, que integra a equipe
coordenada pelo professor Juarez, está sendo desenvolvido um protótipo de fogão
abastecido por esses alcoóis. Ele tem a mesma funcionalidade do fogão
tradicional com a vantagem de ser mais econômico, além de ser uma opção para
quem mora na área rural e depende exclusivamente da lenha.
O
estudo não para por ai. Recentemente, uma montadora cedeu à equipe, um motor
1.0 que passará por um período de testes, que será adaptado para geração de
energia elétrica. Trata-se de um equipamento moderno e pequeno, mas com força
razoável para tocar um gerador com 30 ou 40 cavalos de potência. Passando por
essa fase, o aparelho poderá se tornar uma alternativa para a produção de
energia elétrica nas propriedades rurais.
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