Apesar
de estar em sua 84ª edição, a Semana do Fazendeiro ainda traz muitas
novidades para os participantes. Desta vez, uma delas é o Circuito do
Café, que teve início nesta terça-feira (17). Trata-se de uma iniciativa
que tem como objetivo proporcionar uma abordagem ampla da cafeicultura,
desde a produção, passando pelo controle de qualidade e finalizando com
a comercialização.
Segundo
o coordenador do evento, professor Ney Sakiyama, a ideia de criar o
Circuito surgiu a partir da grande demanda por cursos relacionados ao
café nos últimos anos. Geralmente, os produtores se inscreviam em até 10
cursos diferentes. Com esta nova proposta, eles se dedicarão a apenas
um evento sobre o assunto, mais completo, durante toda a semana. Isto
garantirá maior aproveitamento para os participantes, acredita o
professor.
O
curso terá 28 horas de aulas, dividas em teóricas e práticas. Serão
vários palestrantes até sexta-feira (20). O primeiro foi o pesquisador
da Epamig Marcelo de Freitas Ribeiro, que também é produtor de café há
mais de 15 anos. Durante a manhã, ele esclareceu dúvidas da turma e
apresentou algumas questões teóricas. À tarde, os participantes do
Circuito foram até a propriedade de Marcelo, localizada em Paula Cândido
(a 24 quilômetros de Viçosa), para as atividades práticas. Essas são as
aulas mais importantes, segundo o pesquisador: “o produtor quer ver;
ele não consegue assimilar muito as informações quando são passadas em
sala de aula. Quando se vai para o campo, ele faz, vê o resultado e não
esquece mais”.
Não
são só produtores que se interessaram pelo curso. Lorena Santos Souza é
estudante de Agronomia na Universidade Estadual do Sudeste da Bahia
(UESB), em Vitória da Conquista (BA), e veio em excursão com outros
alunos para conhecer a Semana do Fazendeiro. Ela contou que a região em
que mora possui muitos produtores de café, setor em que poderá trabalhar
depois de formada. A estudante tem boas expectativas: “acho que vou
aprender bastante. Já sabia algumas coisas sobre café e estou aprendendo
ainda mais”.
Produtores
que acumularam anos de experiência na cafeicultura também vieram se
atualizar. Ormério de Matos Fonseca está no ramo desde 1976 e já
participou de muitos cursos. Embora pense em passar seus 30 hectares de
lavoura para o filho, que se formou em Agronomia, ele não deixa de
buscar novos conhecimentos. Do curso, ele espera muito mais do que
informação: “o Circuito vai ajudar muito na produção, principalmente
para dar mais ânimo. Quanto mais a gente aprende, mais coragem temos”.
O
evento, que conta com o apoio do Sebrae, deverá fazer parte da
programação da próxima edição da Semana do Fazendeiro. “A expectativa é a
de que o Circuito se repita, porque está sendo uma experiência muito
boa”, avaliou Sakiyama.
(Erika Vieira, bolsista)
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