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sábado, 19 de outubro de 2013

Projeto Carbono Zero participa pela quarta vez da Semana do Fazendeiro

Desde 2010, o Projeto Carbono Zero vem trabalhando na quantificação da emissão de carbono durante a Semana do Fazendeiro. Neste ano, além da quantificação, está sendo testado um novo sistema de cálculo de balanço de carbono. De acordo com o coordenador do projeto, Laércio Antônio Gonçalves, professor do Departamento de Engenharia Florestal (DEF), a proposta é quantificar todas as fontes de geração de carbono em uma propriedade rural. Isso significa saber, por exemplo, a emissão de metano durante o processo de digestão do gado; a emissão de óxido nitroso pela utilização de adubos ou a emissão de gás carbônico por meio do gasto de combustível fóssil gerado com o consumo de diesel ou gasolina em tratores ou equipamento. 

O proprietário também poderá quantificar a absorção do gás carbônico, calculando os hectares de floresta dentro da propriedade. Assim, “todos os dados são transformados em uma medida equivalente e o produtor terá um balanço da sua propriedade, que pode ser positivo ou negativo, dependendo da quantidade de gás carbônico que ele está sequestrando por meio das árvores plantadas ou pela manutenção da floresta nativa”.

O interessante, conforme Laércio, é que, ao final do cálculo, o produtor terá um número exato de árvores de crédito ou de débito. Ou seja, o que ele precisará plantar para neutralizar a emissão do gás. O professor Laércio conta, que “as florestas, em fase de crescimento, têm maior estocagem de carbono do que uma floresta em fase adulta, em clímax”. O dado médio utilizado no cálculo para as espécies nativas é de oito quilos de gás carbônico por ano para cada planta. Para Eliana Boaventura, mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais, na área de Florestas e Mudanças Climáticas, essa produção “livre” de gás carbônico, conhecida como “carbono neutro”, além de favorecer o meio ambiente, também “pode ser uma estratégia de marketing para o produto no mercado”.

Outra parte do projeto, que quantifica as emissões geradas na realização da Semana do Fazendeiro, é o plantio de mudas no Espaço Aberto de Eventos da UFV, a fim de neutralizar a emissão durante o evento. Atualmente, já são cerca de mil mudas. As plantadas no ano passado estão com cerca de 50 centímetros; já as mudas de 2010 estão medindo em torno de um metro. O espaço é aberto à visitação e, durante todo ano, tem o monitoramento e controle de crescimento feito por estudantes participantes do projeto.

Além destes trabalhos, o Carbono Zero agrega vários outros projetos de quantificação de emissão do gás em florestas de eucalipto, em pastagens e em florestas nativas. O projeto é uma iniciativa da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (PEC), em parceria com o DEF, e é coordenado pelo professor Laércio e pela mestranda Eliana, com a participação de mais 12 estudantes da graduação. 

(Bárbara Albuquerque, bolsista)

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