Páginas

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Troca de Saberes encerra atividades e supera expectativas

Depois de três dias de discussões agroecológicas, apresentações artísticas, culturais e de expressão popular, dinâmicas e exposições chegou ao fim a quinta edição da Troca de Saberes. O evento teve início no dia 13 de setembro, com o objetivo de criar um momento de interação e compartilhamento de conhecimentos entre agricultores e universidade. Aproximadamente 200 pessoas da região Sudeste participaram da Troca, que, este ano, aconteceu em torno do tema Vida em abundância: agrobiodiversidade e educação do campo.

Sob uma grande tenda, localizada no gramado do antigo prédio da Química, as pessoas participaram de uma ampla programação, que incluiu oficinas e apresentações de corais, teatro e grupos culturais da região. Várias instalações artístico-pedagógicas utilizaram a metodologia do Círculo de Cultura, baseado nos referenciais do educador Paulo Freire. Também foram montadas ocas étnico-raciais, feitas de bambu, com técnicas empregadas pelos nômades da Mongólia e indígenas da América do Norte; tenda da saúde, com massagens e terapias; e Geodésica (que significa “na forma da Terra”), feita a partir de formas geométricas presentes na natureza. As primeiras ficarão no gramado até o fim de outubro. Serão oferecidas oficinas de montagem e desmontagem, para capacitar pessoas que poderão utilizá-las em outras ocasiões. A ideia é, futuramente, desenvolver um trabalho multidisciplinar, mostrando como matemática, história, biologia e outras disciplinas podem ser trabalhadas com essas estruturas de maneira prática e interativa.

Como sempre a Troca de Saberes também esteve atenta à sustentabilidade. Além das ocas, construções agroecológicas, um filtro biológico permitiu que a água utilizada durante o dia fosse reaproveitada na irrigação das plantas do local. Também foi construído um fogão de barro, utilizado durante o evento. Quem passava pela tenda podia ainda se deliciar com uma variedade de frutas, cujas cascas foram reutilizadas no minhocário.

Para o coordenador do evento, Willer Barbosa, a Troca de Saberes superou as expectativas. “Foi fenomenal. Este local foi o nosso campo, nosso canto de liberdade”. A reitora da UFV, Nilda de Fátima Ferreira Soares, citou o envolvimento da comunidade e enfatizou a importância de valorizar o conhecimento do homem do campo. “O saber que vem da vivência do dia a dia é um grande saber. A universidade tem a missão de passar sua tecnologia e seu conhecimento, mas também de reconhecer que nossos agricultores trazem com eles muitos saberes”.

Além de trabalhadores e trabalhadoras rurais, de representantes de ONGs, de movimentos sociais e de estudantes e professores da UFV e de escolas agrícolas, também participaram da Troca de Saberes representantes de universidades da região. Eles vieram conhecer a experiência, com o objetivo de levá-la a outras instituições de ensino. Segundo Willer, houve uma mudança no perfil do público em relação aos anos anteriores, notando um aumento significativo na presença de jovens, o que demanda uma reavaliação do modo como o evento é organizado. 

Para encerrar a programação, foi realizada a dinâmica “Café do Mundo”, em que os participantes puderam transitar entre vários grupos para pensar sobre o evento, seus anseios e desejos para as próximas edições. “As perguntas que procuramos responder foram: que sonhos temos para a Troca de Saberes? Daqui a cinco anos, como queremos nossa região?”, explicou o coordenador.

Também estiveram na Troca o deputado federal Padre João, membro do Conselho Parlamentar de Apoio à Agricultura Familiar, e Edmar Gadelha, subsecretário de Agricultura Familiar, da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.

(Erika Vieira, bolsista - Fotos: Daniel Sotto Maior)

Nenhum comentário:

Postar um comentário